Fonte: Jornal Estado de Minas
O
regulamento geral da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) proíbe o
trote, a direção da instituição prometeu tolerância zero no ano passado,
mas a realidade na universidade é bem diferente.
Além
dos veteranos da Faculdade de Direito, que na semana passada submeteram
calouros a trote com conotações racistas e referências ao nazismo, a prática de
constranger novatos continua em muitas unidades.
Alunos
da UFMG relataram que pelo menos mais três cursos já promoveram trotes este ano
e que outros planejam fazê-lo. E a própria direção da universidade reconheceu
ontem que o ocorrido na Faculdade de Direito não é caso isolado e que é difícil
controlar os estudantes.
Segundo
a vice-reitora, possivelmente os jovens que estão nas fotos já foram
identificados. Todos podem ser penalizados com suspensão ou mesmo o
desligamento do curso. “O que nos assustou neste caso do direito foi ter
acontecido nas dependências da faculdade, com tom agressivo, fascista e
machista.”
Trotes constantes
Além
da própria direção da UFMG, estudantes ouvidos pelo Estado de Minas relatam que
os trotes continuam. Só este ano, segundo alunos, pelo menos três turmas da
Escola de Engenharia já desrespeitaram a regra que proíbe trote dentro da
universidade.
Estudantes
de outros dois cursos afirmaram que trotes estavam programados para os próximos
dias. Na turma do 1° período do curso de engenharia de produção, alunos já
foram pintados, fantasiados e tiveram de levar o material escolar em sacos de
lixo.
Trotes
também ocorreram no curso de engenharia de minas. Estudantes do 1° período
tiveram os sapatos escondidos e houve batismo com cachaça. Também há
informações de que os calouros da engenharia civil teriam sido alvo de trote.
Na turma do 1° período de engenharia ambiental, os alunos já estão cientes da
prática.
Campanha
O
presidente do Diretório Acadêmico da Escola de Engenharia Renan Damazio
reconhece que não ha controle sobre os trotes. Ele diz que o diretório realiza
uma campanha no início de cada semestre com os alunos veteranos numa tentativa
de inibir a realização de brincadeiras de mau gosto contra os calouros, mas que
a organização é feita de forma independente pelos estudantes do 2° período.
“Não temos muito controle sobre isso, assim como a escola também não tem. Esse
é um problema que está em toda a universidade”, observa.