Fonte: Jornal O Tempo
Dos diretores clássicos,
Alfred Hitchcock é provavelmente o nome mais reconhecível para o público
contemporâneo e com presença mais forte na cinefilia e na cultura pop atual.
Não por acaso, em 2012, seu “Um Corpo que Cai” foi o primeiro em quase 50 anos
a tomar de “Cidadão Kane” o posto de melhor filme de todos os tempos segundo os
críticos. “É sintomático da força da marca que ele criou. É uma marca muito
justa e não é vazia”, considera Rafael Ciccarini, curador do Cine Humberto
Mauro.
Além da qualidade óbvia
de suas produções, essa marca vinha do enorme tino comercial do cineasta e da
sua capacidade de provocar o público. O suspense na obra do diretor inglês
começava antes mesmo do filme chegar nas salas. Qual seria o próximo longa de Hitchcock?
Que mecanismo ele usaria desta vez? Em qual cena ele apareceria? Cada novo
filme era um evento a ser aguardado.
É essa promessa de espetáculo a 24 quadros por segundo que a mostra “Hitchcock É Cinema” vai buscar resgatar a partir de hoje Cine Humberto Mauro. Mais do que exibir a obra completa do cineasta, a retrospectiva promove uma série de eventos que mergulharão o público na sua filmografia, buscando criar a experiência catártica e emocional que supera a simples justaposição de imagem e som característica de seus filmes.
É essa promessa de espetáculo a 24 quadros por segundo que a mostra “Hitchcock É Cinema” vai buscar resgatar a partir de hoje Cine Humberto Mauro. Mais do que exibir a obra completa do cineasta, a retrospectiva promove uma série de eventos que mergulharão o público na sua filmografia, buscando criar a experiência catártica e emocional que supera a simples justaposição de imagem e som característica de seus filmes.
Esse tom já será
definido pela abertura da mostra hoje às 20h30, com a exibição de “O Jardim dos
Prazeres”, primeiro longa de Hitchcock, no Grande Teatro do Palácio das Artes.
A sessão terá o acompanhamento da trilha executada pela Orquestra Sinfônica de
Minas Gerais. Será a primeira vez que a trilha será tocada por uma orquestra
inteira.
O compositor britânico
Daniel Patrick Cohen adaptou sua obra (composta originalmente para 21
instrumentos) especialmente para essa ocasião e veio ao Brasil acompanhar os
ensaios com o maestro Marcelo Ramos.
Além da abertura, outras
12 sessões contarão com acompanhamento de música ao vivo. Elas fazem parte do
The Hitchcock 9, “uma mostra dentro da mostra”, segundo o curador. Trata-se de
nove obras raras da fase muda de Hitchcock, recentemente restauradas pelo
British Film Institute, que exige que os filmes sejam exibidos com trilha
sonora. “Dos nove DCPs, apenas três já vêm com a música. Para os outros seis,
vamos ter que providenciar aqui”, justifica Ciccarini.
A retrospectiva vai
apresentar ainda os únicos três rolos existentes de “The White Shadow”. Na
produção muda de 1924, Hitchcock assinou quase todas as funções, como câmera,
direção de arte e roteiro, menos a direção. “É, na prática, o primeiro filme
dele”, afirma o curador.
A cereja no topo do
bolo, porém, é a primeira exibição em Belo Horizonte da cópia em 3D
recentemente restaurada de “Disque M para Matar”. Ciccarini acredita que a
experiência será interessante para o público perceber como, diferente do que se
vê no cinema hoje, Hitchcock usou a tecnologia para manipular o espaço da casa
que é uma personagem da história.
Facetas do mestre Para os Clássicos
Abertura com exibição de “O Jardim dos Prazeres” e acompanhamento da Orquestra Sinfônica hoje, às 20h30
Entrada: R$ 10 (inteira)
Para os glutões
Hitchcock no Almoço - série “Hitchcock Presents”, de 1/8 a 4/9 (2ª a 5ª), às 12h30 / 13h
Para os obsessivos
Dia Psicose - 17/8, das 13h45 às 22h30
Para os tecnológicos
“Disque M para Matar 3D” -24/8, às 2h; e 31/8, às 20h
Para os psicopatas
Maratona - 32h ininterruptas de Hitchcock das 15h de 23/8 às 22h de 24/8
Para os especialistas
Curso com o cineasta e crítico Luiz Carlos Oliveira Jr. – 13 a 15/8, das 14h às 16h45